Parabéns Medtubebrasil

MEDTUBEBRASIL ALCANÇOU NESTE MÊS DE JUNHO OS SEUS MAIS DE 920 MIL DOWNLOADS. MANTENDO UMA MÉDIA DE MAIS DE 2.100/DIA.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

PNAS: cérebro humano encolhe com o envelhecimento, diferente do que ocorre com os chimpanzés

PNAS: cérebro humano encolhe com o envelhecimento, diferente do que ocorre com os chimpanzés

Várias mudanças biológicas caracterizam o envelhecimento do cérebro em seres humanos. Embora algumas dessas alterações associadas à idade neural também sejam encontradas em outras espécies, o declínio volumétrico de estruturas cerebrais específicas, como o do hipocampo e do lobo frontal, só foi observado em humanos.

No estudo, publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), cientistas liderados pelo antropólogo Chet Sherwood, da George Washington University, usaram a ressonância magnética para medir o volume total do cérebro, das substâncias branca e cinzenta do neocórtex e do lobo frontal e do hipocampo, em uma amostra transversal de 99 cérebros de chimpanzés abrangendo as idades de 10 a 51 anos. Os estudiosos compararam, pela primeira vez, esses dados com os volumes destas mesmas estruturas cerebrais medidos em 87 humanos adultos de 22 a 88 anos de idade. Em contraste com os seres humanos, que mostraram uma diminuição no volume de todas as estruturas do cérebro ao longo da vida, os chimpanzés não apresentaram significativas mudanças relacionadas à idade. O cérebro humano pode encolher em até 15% à medida que envelhece.

Os cientistas dizem que a magnitude do encolhimento das estruturas do cérebro no envelhecimento humano é evolutivamente nova e é resultado de uma longevidade prolongada. Ao contrário dos chimpanzés e de outros primatas, os seres humanos idosos são vítimas de uma série de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer. Os pesquisadores esperam que através da compreensão da biologia básica do cérebro, eles possam criar maneiras de tratar ou adiar os efeitos mentais nocivos da idade.

Fonte: PNAS – publicação online de 25 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Interface Cérebro-Máquina

O neurocientista Miguel Nicolelis lança novo livro. Além de falar sobre a interface cérebro-máquina, questão que estuda há mais de dez anos, cientista apresenta analogia entre o comportamento dos neurônios e a vida em sociedade.



Nicolelis escreve dedicatórias em seu novo livro: o cientista apresenta o cérebro como uma sinfonia, que funciona de modo democrático e coletivo. (foto: Thiago Camelo)

No final da palestra de lançamento do novo livro do neurocientista Miguel Nicolelis no Planetário do Rio de Janeiro, na terça-feira (28/06), um senhor da plateia atravessa o mediador e – voz firme – lê um papel com uma pergunta previamente escrita:
"Você poderia dizer se existe uma consciência extracorpórea do eu, alguma coisa que explica a autoconsciência humana? Porque, se formos pensar, para provar a nossa existência teríamos que estar olhando para nós mesmos, pois o observado só existe com o olhar do observador."
Nicolelis, sem pausa para reflexão, responde com humor: "Meu Deus, o Rio de Janeiro é complicado".

Explica-se: antes da pergunta derradeira, outros questionamentos filosóficos já haviam sido feitos ao cientista, que tinha acabado de apresentar em palestra de quase duas horas as ideias do seu recém-lançado livro Muito além do nosso eu – obra que explica como, após 12 anos de pesquisa, a ambição teórica de entender a interface cérebro-máquina tornou-se experimento prático com data mais ou menos programada para ser posto à prova com humanos.

Sobre Nicolelis, muitos já sabem: tem 50 anos, é cogitado a todo momento ao Nobel de Medicina e, portanto, tido como um dos cientistas mais importantes do mundo. Sua pesquisa centra-se na tentativa de mapear as tempestades neurais que ocorrem no cérebro e geram uma sinfonia de informação capaz de, se bem registrada e codificada, mover objetos com a 'força do pensamento'. Daí vem o termo 'interface cérebro-máquina', alegoria para o que acontece quando uma espécie de chip é implantado no cérebro de um primata e, por meio de impulsos elétricos neurais, uma prótese mecânica se movimenta.

O livro

Por mais interessante que possa ser o conteúdo científico de Muito além do nosso eu (e, de fato, é), o que soa novo na obra não são as amplamente debatidas experiências de Nicolelis e o resumo que ele faz dos 12 anos de trabalho, e sim o paralelo que o cientista estabelece entre aquilo que pesquisa e 'as coisas do mundo'.

No livro, Nicolelis reafirma categoricamente a visão distribucionista, que diz que o cérebro funciona por meio de estímulos coletivos de uma vasta população de neurônios espalhada em diferentes regiões cerebrais. Desdiz, assim, a visão localizacionista, que acredita que as funções cerebrais são realizadas de modo especializado e por neurônios segregados, individualizados.

Não é novidade. Esse é ponto inicial da pesquisa do neurocientista. A abertura social e filosófica que advém dessa questão é a novidade: Nicolelis agora compara esse comportamento 'coletivo' do sistema neural com a competência humana de viver em grupo, rede e sociedade – o nós como extensão do eu.

Na palestra, ele afirma: "o cérebro não reconheceria apenas a prótese mecânica como extensão do eu, mas tudo ao nosso redor, as pessoas e os objetos, como partes de uma coisa só."

Em entrevista ao jornal O Estado de S Paulo, Miguel Nicolelis sugere uma hipótese ainda não provada cientificamente de que "os modelos colaborativos funcionam tão bem porque a mente os reconhece como naturais".
Na mesma entrevista, o neurocientista afirma que o cérebro é "uma grande democracia" e que, por isso, "as redes sociais são um sucesso".
Brainet: a internet em que todos estariam conectados por implantes de chips no cérebro e pensamento

Essas ideias novas – do "cérebro coletivo", do cérebro como "modelo colaborativo", do cérebro como "rede social" – são tão presentes no livro quanto a proposta, não tão nova assim, da interface cérebro-máquina.
A proposição abre portas para invenções aventadas mais recentemente como a brainet, a internet em que todos estariam conectados por implantes de chips no cérebro e pensamento, sem a necessidade da mediação da tela de um computador.
A proposição abre também portas para questionamentos filosóficos e existenciais mais concretos.

Thiago Camelo
Ciência Hoje On-line

Anúncio

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.