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quinta-feira, 22 de março de 2012

Um Bloqueio aos Ataques do HIV

Tratamento perigoso e provavelmente irreprodutível impediu que o vírus penetrasse em certas células imunes. É possível termos uma forma mais segura e acessível para ajudar milhões de pessoas?
por Carl June e Bruce Levine**

Há pouco mais de três anos um grupo de médicos de Berlim publicou
os resultados de um experimento inédito que surpreendeu os especialistas em HIV. O grupo alemão retirou medula óssea – fonte das células imunes do corpo – de um doador anônimo cuja herança genética o tornara naturalmente resistente ao HIV. Em seguida suas células foram transplantadas em um homem com leucemia e portador do vírus HIV por mais de dez anos. Embora o tratamento de leucemia a que o paciente foi submetido tenha sido o recomendado para a terapia de transplante de medula óssea, o grupo também esperava que a intervenção pudesse fornecer células resistentes ao HIV
suficientes para controlar a infecção. A terapia superou as expectativas. Em vez de apenas reduzir a quantidade de HIV no sangue do paciente o transplante eliminou todas as evidências detectáveis do vírus em seu organismo, incluindo vários tecidos onde poderia ter permanecido latente. Os pesquisadores ficaram tão surpresos com os resultados que esperaram quase dois anos para publicá-los.

As notícias pareciam boas demais para ser verdade. E até agora, cinco anos depois de ter passado pelo tratamento inicial, o chamado paciente de Berlim (que depois foi identificado como Timothy Ray Brown, da Califórnia) não mostra mais nenhum sinal de presença do vírus – apesar de não ter tomado nenhum medicamento antirretroviral durante todo esse período. Entre os mais de 60 milhões de infectados por HIV nas últimas décadas, Brown é certamente o único que teve a erradicação da infecção documentada.

Mas a abordagem não pode ser aplicada indiscriminadamente e isso por várias razões. Uma delas é que de início o sistema imune do paciente precisa ser completamente destruído – um procedimento muito arriscado. Mas o sucesso inesperado inspirou pesquisadores do mundo todo a tentar oferecer aos pacientes formas mais seguras e menos dispendiosas de um novo sistema imune resistente ao HIV como o que foi oferecido a Brown. Com o sucesso dessa abordagem os médicos simplesmente poderiam bater a porta na cara do HIV, evitando que ele se espalhasse de célula para célula por todo o organismo dos pacientes. Finalmente o sistema imune modificado também poderia encarregar-se de eliminar qualquer HIV residual que permanecesse dissimulado no corpo. Em vez de seguir os passos de terapias anteriores, que simplesmente suprimiam o vírus, uma nova abordagem baseada no tratamento do grupo de Berlim, se bem-sucedida, eliminaria os vírus e provavelmente curaria a doença.

Na verdade, nós e nossos colegas dispomos de uma forma mais fácil de oferecer aos pacientes com o HIV um sistema imune como aquele utilizado no tratamento bem-sucedido do paciente de Berlim. O procedimento mostrou-se promissor em laboratório e agora estamos realizando testes clínicos preliminares numa pequena amostra de pessoas infectadas com o vírus. Temos muito trabalho pela frente e não podemos garantir que a terapia seja eficaz, mas nossos resultados preliminares, aliados ao fato de o paciente de Berlim continuar livre do HIV, nos fazem acreditar que o tratamento que estamos desenvolvendo poderá mudar completamente a vida de milhões de pessoas infectadas com o HIV.

Artigo completo AQUI

**Carl June e Bruce Levine Carl June, médico e pesquisador da Faculdade de Medicina Perelman da University of Pennsylvania, estuda como o sistema imune pode ser geneticamente modificado para combater com mais eficácia o câncer e o HIV. Bruce Levine, imunologista, estuda terapias celular e gênica na Faculdade de Medicina Perelman da University of Pennsylvania, onde é diretor da Unidade de Produção Clínica de Vacinas e Células.

FONTE: UOL/ARTIGO

O fascínio da memória

Relações entre emoção e fatores cognitivos demonstram a complexidade dos sistemas neurobiológicos responsáveis por diferentes dimensões da memória
por Mauro Maldonato e Alberto Olivero**

A memória humana é uma faculdade maravilhosa e enganosa.
Embora muitos a considerem um arquivo imutável de experiências e recordações, o que ela guarda não está esculpido em pedra. De fato, as lembranças tendem a desbotar com o tempo, deformando-se e indo ao encontro, mesmo em condições normais, de uma lenta decadência, de um esquecimento fisiológico. E não é raro que gerem em nós perturbadoras sensações de estranheza, fragmentação, não pertencimento e até mesmo recombinações ilusórias de imagens e informações que ocupam nossa mente como um caleidoscópio. A memória e o esquecimento, a imutabilidade e a reestruturação das lembranças são aspectos tanto conflitantes quanto complementares de nossa mente. Essa ambiguidade tem um valor evolutivo crucial. Se, de um lado, a memória desempenha uma função adaptativa fundamental para a espécie humana, de outro, sem a capacidade de esquecer não aprenderíamos nada de novo, não corrigiríamos nossos erros, não inovaríamos velhos esquemas. Assim, é plausível afirmar que, enquanto a memória tende a preservar a história individual e coletiva, o esquecimento tende a ofuscar, progressivamente, as recordações infantis, os eventos do passado, os empreendimentos coletivos, as antigas memórias. Não por acaso, os humanos erguem lápides e monumentos para se defenderem do esquecimento.
Essa ambiguidade não se deve apenas à sua natureza vasta e heterogênea, mas também a suas relações intricadas. A própria natureza polissêmica do termo memória – utilizado por biólogos, psicólogos, antropólogos e historiadores para se referirem a processos e situações muito diferentes entre si, ainda que unidos pelo elemento comum da “flecha do tempo” – dificulta o aparecimento de um significado compartilhado e de fronteiras conceituais bem definidas. A etimologia grega do termo – mneme e anamnesis – espelha uma clara distinção entre a memória como esfera essencialmente intacta e contínua, e a reminiscência ou anamnese como exercício de presentificação das lembranças que o esquecimento vela. EmMenon, Fedro e outros diálogos, Platão afirma que todo conhecimento verdadeiro, todo aprendizado autêntico, é, na verdade, anamnese, esforço para chamar de volta à mente o que havia sido esquecido.

Hoje, uma época de predomínio cultural do paradigma medico- biológico, a memória (mneme) é identificada como um mecanismo cerebral puro, um arquivo das informações do sistema nervoso central; por seu lado, a reminiscência (anamnesis) é igualada a alguma coisa mais complexa e sutil do que o simples registro dos eventos. A reminiscência, de fato, implica uma reflexão sobre o passado, uma evocação das lembranças prazerosas ou dolorosas, sepultadas ou censuradas, que formam a essência de nossa individualidade. Mas, como é evidente, a disponibilidade do arquivo não coincide necessariamente com sua consulta e, portanto, a mera existência de uma lembrança, boa ou deficitária que seja, não se identifica com o princípio de identidade e de unicidade que decorre da individualidade de nossas recordações, conforme considera Oliverio. Nos últimos anos, os neurocientistas descreveram meticulosamente as bases moleculares, os fenômenos sinápticos e as alterações dos circuitos nervosos da memória, tentando preencher – por métodos não invasivos e multiparamétricos das imagens cerebrais – as lacunas explicativas da pesquisa psicológica. O conhecimento detalhado dessas dimensões poderia parecer pouco relevante aos que veem a mente como um conjunto de vivências diferentes e de experiências privadas e indizíveis. Em diferentes situações ligadas a danos e alterações da função nervosa, no entanto, a interpretação neurobiológica é fundamental para a compreensão do que acontece em nossa mente, como são reestruturadas as lembranças, como se dá o esquecimento.
(...)




**Mauro Maldonato e Alberto Olivero Mauro Maldonato, colaborador de Scientific American Brasil, é filósofo e psiquiatra, professor de psicologia geral da Universidade de Basilicata, em Potenza e Matera. Alberto Olivero, biólogo e psicobiólogo, é professor da Universidade de Sapienza, em Roma.

A medicina em LEGO.

A geração que brincou de LEGO inspirou vários artistas a criar verdadeiras obras de arte com essas pecinhas coloridas. Já vimos cientistas e até o corpo humano de LEGO! Descobrimos rcentemente as obras de Eric Harsbarger, "artista de LEGO". Além de diversos temas, Eric explora bem o tema de medicina: já fez o DNA, o coração e agora um carrinho de anestesia! Todas são muito interessantes, mas essa do carro de anestesia é realmente impressionante: em tamanho real, usou 30.000 peças de LEGO e, de fato, parece um carro de anestesia de verdade!




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