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sábado, 14 de abril de 2012

Causas da Plagiocefalia

Dormir sempre de barriga para cima deforma crânios de recém-nascidos. Em Espanha, o problema trata-se com capacetes; em Portugal, com mudança de posição. 

Nos primeiros meses de vida, Dinis Filipe estava a ficar com o crânio ligeiramente deformado, pela posição em que dormia. Preocupados com o problema e sem verem melhoras, apesar dos esforços em mudarem os hábitos de dormir, os pais decidiram recorrer a um médico espanhol. Desde os seis meses que Dinis usa um capacete especial. “Agora, com nove, já está quase bom”, garante o pai, Sérgio, que gastou mais de quatro mil euros no tratamento. 

Em Espanha, a maioria das crianças com deformações cranianas, ou seja, plagiocefalias, é tratada com capacetes de plástico, feitos à medida, para retomar a forma esférica da cabeça. Em Portugal, os médicos não o aconselham e dizem haver um factor comercial por trás. 

A verdade é que há cada vez mais crianças com plagiocefalia posicional. Estima-se que em Portugal 30% tenham algum tipo de deformidade, mesmo ligeira. A justificação está na alteração dos hábitos de dormir. “Antigamente, as crianças eram deitadas de cabeça para baixo, mas hoje a recomendação é dormirem de barriga para cima para evitar a síndrome de morte súbita”, explica o pediatra Luís Pinheiro, confirmando que todos os dias lhe aparece pelo menos um caso no consultório. Esta prática diminuiu em 40% o número de mortes, mas tem provocado uma verdadeira epidemia de plagiocefalias. 

“Com poucos meses, a caixa craniana ainda não está formada e como é muito mole molda-se facilmente. A pressão da cama leva sobretudo ao achatamento da cabeça para o lado direito”, completa o pediatra Libério Ribeiro. 

Os especialistas recomendam apenas, como tratamento, que se introduza uma alteração de hábitos e de posições. O principal é colocar o berço do outro lado da cama dos pais, mudar a posição da cadeirinha onde habitualmente come ou passar a usar almofada. O uso do capacete, garantem, só em casos muito avançados. 

“Nunca tive um caso em que tivesse aconselhado o uso do capacete. Isso é pura publicidade”, acusa Luís Pinheiro. “Faz-se propaganda ao capacete dramatizando a situação”, concorda o neurocirurgião José Miguéns, sublinhando que só recomenda em casos muito raros e até à data só colocou quatro. Para os especialistas, o mais importante é a prevenção e o despiste de outros problemas como o torcicolo congénito ou problemas mais graves como as craniossinosteses, em que os ossos se unem antes do tempo e é necessária cirurgia. 

Já em Espanha, os médicos renderam-se ao capacete. “Deixar que os bebés evoluam naturalmente leva a deformidades cranianas permanentes e irreparáveis na vida adulta. A plagiocefalia não se cura com a idade e os bebés têm o direito de serem tratados adequadamente”, defende Joan Pinyot, o médico espanhol que costuma tratar bebés portugueses e que abriu recentemente uma consulta no Hospital da Ordem de São Francisco, no Porto. “Quanto mais cedo se começa o tratamento com o capacete, melhor, porque o crescimento ajuda à remodelação craniana, mas é possível tratar crianças até aos dois anos e em três meses fica novamente bem”, assegura, salientando que também recebe casos do Dubai, França, Itália, Noruega e até do Japão. 

Beatriz, de 18 meses, também consultou o médico em Madrid. “O pediatra português desvalorizou a pequena deformação e decidi levá–la ao Dr. Pinyot”, lembra a mãe, Carina Freitas. Mas o valor do tratamento, cerca de quatro mil euros e as viagens quinzenais a Madrid foram factores que levaram o casal a desistir. Neste caso, os exercícios foram suficientes. “Só noto uma pequena falha quando passo a mão pela cabeça.”

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